Peneiras nas Estações de Tratamento de Esgoto

As peneiras podem ser de vários tipos, por exemplo: steep screen, roto screen.

Tenho gostado muito de operar estação de tratamento de esgoto onde elas estão presentes devido a sua função de reter sólidos.

As peneiras step screen como esta da foto feita por Manuel Senra em uma ETE que demos treinamento , como você pode ver retem sólidos maiores (que tem 3mm ou 6mm ) e isto evita que os mesmos sedimentem-se nos decantadores primários, reatores anaeróbios e adensadores por gravidade.

Esta peneira steep screen é um equipamento auto- limpante constituído por barras paralelas que lembram degraus de uma escada. Elas operam por elevação e abaixamento do nível líquido.

Além das peneiras, um parafuso transportador conduz o material removido até uma prensa compactadora.

Se você quiser saber um pouco mais no nosso curso on line dedicamos um capítulo sobre elas.

E no nosso  livro Noções fundamentais para operadores de ETE – ALEH Saneamento e Arquitetura Tratamento de Esgoto -tem também exemplo de um outro tipo de peneira as rotativas e as roto screen.

O que é muito importante é você saber quando estiver projetando lembrar de incluí-la para uma melhor eficiência da sua Estação ,que é uma unidade que contribui no trabalho do operador e no tratamento de esgoto com uma melhor qualidade..

Um forte abraço!

 

Tratamento de Esgoto e Mineralização

Qualquer processo de tratamento de esgoto doméstico consiste na separação dos sólidos do líquido. Estes sólidos que correspondem a 0,1% devem ser tratados separadamente do líquido (que corresponde a 99,9% de água) .

Nos diversos processos de tratamento, de acordo com Manuel Senra, o que ocorre é uma oxidação da matéria orgânica por processos biológicos.

Temos uma oxidação aeróbia e uma oxidação anaeróbia. Assim temos que promover através de bactérias a transformação da matéria orgânica, por meio de fenômenos de respiração e alimentação dos microrganismos, em matéria mineral. Esses processos biológicos acontecem na maior parte dos tipos de tratamento de esgoto.

Além disso, também se combinam fenômenos físicos, químicos, biológicos e térmicos.

Nos fenômenos químicos podemos citar: remoção de sólidos grosseiros (separação mecânica),remoção de partículas sedimentáveis (separação sedimentação hidráulica), Remoção de partículas leves (flutuação), desidratação de lodo, remoção de algas (filtração).

Quantos aos fenômenos biológicos, são vários nas unidades dos digestores anaeróbios, reatores UASB/RAFA, lagoas anaeróbias cujo princípio evolvido é a digestão.

Na remoção de sólidos dissolvidos e coloidais orgânicos temos os tanques de aeração, filtros biológicos percoladores e lagoas de estabilização.

No próximo blog falarei para vocês sobre os fenômenos químicos e os fenômenos térmicos.

Alessandra Valadares

O que é importante na operação de centrífugas

O lodo desidratado pelas centrífugas consegue atingir uma torta com 25# a 30% de sólidos totais (70% a 75% de umidade). Para a desidratação do lodo através das centrífugas é necessária a aplicação de polímero no caso o catiônico. Inclusive, o prof .Manuel Senra nas suas práticas chegou a um número no escritório da ALE de 5kg de polímero seco por tonelada de sólidos secos afluentes
à centrífuga.

A eficiência da centrífuga é evidente, o que exige mais de nós sanitaristas e que tenho observado em  anos de operação é apenas o início da pré operação dentro da ETE. Após a centrifuga instalada e rodada pelo fornecedor, precisamos fazer muitos cálculos, desenhar e elaborar as planilhas de acordo com o tratamento de esgoto da Estação, calcular a quantidade de lodo prevista por dia dentro da ETE em bom funcionamento, fazer as curvas de eficiência e potência e deixar tudo pronto para o operador da estação de tratamento de esgoto. Uma centrífuga bem operada gera lucro para a estação, o lodo bem desidratado, gasta-se menos no transporte  e pode ser usado como biossólido. A operação assistida de uma área de desidratação mecânica é um trabalho árduo de pelo menos

Dia de teste para “rodar” a centrífuga.

uma semana dentro da ETE calculando e depois ensinando os operadores. Mas, vale a pena!!

É muito importante que o operador seja bem treinado e saiba fazer o acompanhamento adequado porque uma estação produz lodo diariamente . Se você quiser conhecer mais sobre vários processos de desidratação do lodo, no nosso canal do youtube Alessandra Valadares você vai encontrar um vídeo completo sobre este assunto com muitos exemplos além de uma explicação detalhada sobre centrífugas, captura de sólidos, etc.

 

Digestão do Lodo de Esgoto

Digestores ETE Arrudas

Digestão do Lodo de Esgoto – Post 3/3 

O objetivo da digestão do lodo é decompor a matéria orgânica putrescível até a formação de compostos orgânicos ou inorgânicos inertes ou relativamente estáveis a fim de que o lodo resultante possa ser eliminado sem causar prejuízos.

Outra função essencial é reduzir o volume dos lodos, através de liquefação, gasificação e adensamento de maneira que o lodo resultante possa ser separado prontamente da água por um dispositivo qualquer de secagem.

Além disso, o processo de digestão do lodo destrói em grande parte os organismos patogênicos.

Outra função importante que acontece durante esse processo é a possibilidade de utilizar o lodo digerido como condicionador do solo e também os gases resultantes do processo como fonte de energia. Nesse último assunto, no livro Tratamento de Esgoto, Noções Fundamentais para Operadores de ETEs, autoria Manuel Senra e Alessandra Valadares, você poderá ver o primeiro carro da SABESP movido a este tipo de gás em 1982 concepção do engº Senra e uma unidade de gaseificação de 2014 instalada na região metropolitana de Belo Horizonte, onde tive a oportunidade de fazer a operação assistida, uma ETE por sinal muito interessante onde trabalhamos com MBBR , reúso, secagem de lodo e outras inovações.

Artigo: ArqªMsc Alessandra Valadares