Autodepuração dos cursos d’água

Autodepuração dos cursos d’água

O rio é de natureza dinâmica, quer por seus aspectos físicos, movimentação de suas águas, turbulência, quer por seus aspectos químicos e biológicos.

Nesta atividade incessante de recuperação, o rio poluído transforma toneladas de matéria orgânica, putrefada, malcheirosa em gases e sais minerais.

A autodepuração dos cursos d’água consiste não só na recuperação do oxigênio perdido como também pela eliminação de impurezas.

Vamos pensar também nos lagos e águas tranquilas a depuração depende da reoxigenação e da não existência de sobrecargas orgânicas. Se o lago for muito extenso, ao receber esgotos, parte dele sofrerá os efeitos da decomposição aeróbia, tornando-o pobre em oxigênio enquanto prevalecerem as condições de alta turbidez e cor, bem como a produção de gás sulfídrico e outros compostos tóxicos para as algas.

Entretanto, pouco a pouco a demanda de oxigênio vai sendo reduzida, pela própria estabilização dos esgotos, os materiais em suspensão vão sendo precipitados e, a uma certa distância do ponto de lançamento dos esgotos, as águas poderão adquirir suficiente transparência para permitir a penetração da luz. E a partir dai a proliferação de algas cresce e também a produção de oxigênio, dependendo entretanto da profundidade do lago.

Samuel Branco já dizia que em lagos profundos, não havendo acesso suficiente de luz, a fotossíntese restringe-se às zonas superficiais.

E uma série de acontecimentos tem lugar no rio, em etapas sucessivas quer no espaço quer no tempo. São várias as atividades: decantação, decomposição aeróbia, decomposição anaeróbia, reaeração e reoxigenação por fotossíntese. Assim, o assunto é muito interessante e temos diversas literaturas sobre ele. O que podemos concluir é que o tratamento de esgoto é um processo indispensável para manutenção das qualidades dos rios e dos lagos.

 

Autora: Arqª e engenheira sanitária Alessandra Valadares

Supervisão: Engº Manuel Senra