Lagoa Anaeróbia- Tratamento de Esgoto

Da Série Lagoas

São muitos os processos de tratamento de esgoto que projetamos e operamos. Já falamos sobre UASB/RAFA, fizemos vídeos sobre Lodos Ativados e agora faremos um estudo com 6 posts sobre Lagoas . Todas elas!! Já que alguns países tem nos chamado para ensinar sobre lagoas de estabilização. Sim! Elas ainda são importantes. Quando o assunto é sanear, tratar os esgotos, devemos avaliar o que a cidade é capaz de fazer, e despoluir!

Vamos lá: a começar como o esgoto é tratado em uma Lagoa Anaeróbia

As lagoas são muito usadas em áreas onde tem insolação favorável, um terreno de grandes dimensões e muito importante: onde a operação da estação de tratamento de esgoto necessite de condições mais simples e econômicas para despoluir.

As Lagoas Anaeróbias são Lagoas escavadas no terreno e dimensionadas para reter os esgotos por um período de 3 a 5 dias, possuindo altura da lâmina d’água em torno de 3,0 a 4,5 metros.

As Lagoas anaeróbias, quando comparadas a uma Estação de Tratamento Convencional, substituem as seguintes unidades:

Decantadores Primários; Adensadores de Lodo; Digestores Anaeróbios; Sistema de Queima de Gás; Bombas , motores e equipamentos envolvidos no tratamento primário dos esgotos.

Quando os esgotos penetram em uma lagoa anaeróbia, e aí tem um tempo de permanência de 3 a 5 dias, acontece  seguinte:

  • O material sólido, como a areia e o cascalho e lodo, se sedimentam e permanecem no fundo da lagoa;
  • O material flutuante- óleos, gorduras, rolhas, sacos plásticos, etc permanecem na superfície líquida, formando uma crosta sobre a lagoa.
  • Dispositivos especialmente construídos impedem que esse material flutuante saia no efluente da lagoa;

Os lodos que se sedimentam no fundo das lagoas anaeróbias vão passando por um processo de digestão anaeróbia e assim vão perdendo água, se mineralizando, e sendo também parte desse lodo transformado em gás. De acordo com o Engº Manuel Senra devido a essa redução de volume por digestão e adensamento é errado pensar que uma lagoa anaeróbia estará cheia de lodo em pouco tempo de operação. A redução da carga orgânica dos esgotos por uma lagoa anaeróbia ocorre devido à presença de bactérias anaeróbias, através de seus processos metabólicos nas fases de respiração, alimentação e crescimento, transformam parte da matéria orgânica existente em matéria não mineral. É isso ai! No próximo post , continuamos o nosso estudo.

Autora: Alessandra Valadares

Arqª/Msc. Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Especializada em Diagnóstico Operacional de ETEs.

A importância de se cuidar das Águas, Rios e Lagos

A poluição das Águas, Rios e Lagos

O uso mais nobre da água é para beber. Admite-se a prioridade do uso da água para fins de abastecimento. Além disso, a água poluída pode tornar-se um veículo direto de vários contaminantes causadores de doenças graves de caráter epidêmico, atingindo as pessoas que abastecem desta água.

Já diziam Turing e Samuel Branco que os peixes constituem um indicador do estado de pureza de uma água.O habitat fornece o meio adequado para prover alimento, abrigo e condições de respiração.

A poluição é uma ação global, essencialmente complexa, e não as condições específicas. Ela altera, de forma panorâmica, todo o ambiente envolvido.

A água quando poluída por esgotos, torna-se corrosiva devido à formação de ácidos. As águas poluídas podem causar sérios danos a estruturas metálicas, estruturas de concreto tais como pontes por exemplo. Além do que já foi citado, podemos acrescentar que outra consequência indireta da poluição a proliferação de plantas aquáticas, como aguapé, que obstruem rios, canalizações e interferem na recreação de águas. Como temos visto na Lagoa da Pampulha. É necessário impedir que esta ameaça de poluição se prolongue. O Brasil possui excelentes técnicos, engenheiros sanitaristas e empresas de equipamentos. São muitas tecnologias estudadas, avançadas para o tratamento do esgoto conforme citado pelo Engenheiro Manuel Senra. Dentre estes avanços tecnológicos, para cada situação deve ser estudada a melhor alternativa em termos de eficiência de tratamento, de economia para a empresa de saneamento e de melhores benefícios para a população.

 

Alessandra Valadares

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Série 3 – Rio Tietê, por que acontece o mau cheiro?

Tietê, para os índios: caudal volumoso. Importante para a produção de energia hidrelétrica e para história, o Rio Tietê é como a espinha dorsal que recebe os Rios Tamanduateí e Pinheiros. Já dizia o cientista José Bonifácio de Andrade e Silva que com o crescimento estava começando a desnaturação dos rios. O famoso sanitarista Saturnino de Brito em 1926 avisava à Prefeitura para se ter cuidado com a poluição do Rio Tietê!!!São Paulo cresceu de forma vertical, a cidade que mais desenvolveu no Brasil. Assim, aumentou os resíduos a serem esgotados e a carga poluidora. E o que temos em 2018: o volume de esgoto é superior ao volume do rio nas épocas de estiagem! É depois da confluência do Rio Tamanduateí com o Tietê que as águas do Grande Rio estão como esgoto bruto. Mas e o mau cheiro do Tietê?

Vamos lá: existe uma enorme quantidade de sólidos transportados pelo Rio Tietê, uma parte é insolúvel contribuindo para o assoreamento, diminuindo a profundidade do leito, provocando às vezes até inundação, a outra parte desses sólidos sedimentados é constituída de matéria orgânica insolúvel, formando um lodo fino que entra em decomposição, provocando a formação de gases e o mau cheiro em toda a região. Existe solução? Felizmente, sim! Soluções práticas e econômicas já são asseguradas por nós especialistas em tratamento de esgoto, o que precisa é a união dos órgãos da administração pública, principalmente de bons sanitaristas, empresas privadas, universidades e cidadãos, e com o esforço de todos poderemos contribuir para a garantia do bem estar e da saúde pública da população e o respeito com a cidade de São Paulo.

 

Matéria: Alessandra Valadares.

Revisão: Manuel Senra.

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