Tratamento de Esgoto e Mineralização

Qualquer processo de tratamento de esgoto doméstico consiste na separação dos sólidos do líquido. Estes sólidos que correspondem a 0,1% devem ser tratados separadamente do líquido (que corresponde a 99,9% de água) .

Nos diversos processos de tratamento, de acordo com Manuel Senra, o que ocorre é uma oxidação da matéria orgânica por processos biológicos.

Temos uma oxidação aeróbia e uma oxidação anaeróbia. Assim temos que promover através de bactérias a transformação da matéria orgânica, por meio de fenômenos de respiração e alimentação dos microrganismos, em matéria mineral. Esses processos biológicos acontecem na maior parte dos tipos de tratamento de esgoto.

Além disso, também se combinam fenômenos físicos, químicos, biológicos e térmicos.

Nos fenômenos químicos podemos citar: remoção de sólidos grosseiros (separação mecânica),remoção de partículas sedimentáveis (separação sedimentação hidráulica), Remoção de partículas leves (flutuação), desidratação de lodo, remoção de algas (filtração).

Quantos aos fenômenos biológicos, são vários nas unidades dos digestores anaeróbios, reatores UASB/RAFA, lagoas anaeróbias cujo princípio evolvido é a digestão.

Na remoção de sólidos dissolvidos e coloidais orgânicos temos os tanques de aeração, filtros biológicos percoladores e lagoas de estabilização.

No próximo blog falarei para vocês sobre os fenômenos químicos e os fenômenos térmicos.

Alessandra Valadares

Decantador Secundário

Vamos falar sobre a principal  finalidade dos Decantadores Secundários que é separar o lodo biológico produzido nos filtros biológicos do efluente líquido clarificado.

Assim, nos Decantadores Secundários a fração líquida clarificada escoa pela periferia dos vertedores constituindo-se no efluente final da ETE, enquanto a fração sólida inferior sedimentada no fundo dos Decantadores é removida continuamente pelas pontes raspadoras, sendo o lodo enviado para os Reatores UASB.

O decantador secundário foi escolhido para ser a capa do nosso livro: Tratamento de Esgoto- Noções fundamentais para operadores de ETE. Inclusive o decantador secundário da foto de capa é da ETE Norte em Palmas, Tocantins, onde fizemos o start up, a operação assistida e o treinamento dos operadores. É uma unidade que visualmente já nos diz da operação de um Estação de Tratamento de Esgoto.

Uma das formas operacionais de utilização desta Unidade que chamamos de decantador secundário é mostrada no Diagrama Operacional a seguir.

 

Remoção de Algas no efluente das Lagoas

As lagoas de estabilização facultativas são processos de tratamento bastante utilizados no Brasil por ser um país tropical e conseguem remover 85% da DBO do esgoto bruto.

De acordo com o professor Manuel Senra, um dos questionamentos da cor do efluente das lagoas facultativas é sua intensa coloração verde causada pela presença de algas.

Muitas vezes, os Órgãos Ambientais solicitam a remoção destas algas principalmente quando o efluente da lagoa facultativa é lançado em um corpo receptor de águas cristalinas causando um sensível impacto visual.

Um dos processos mais utilizados para a remoção de algas do efluente das lagoas facultativas e que tivemos a oportunidade de dar a solução quando fizemos o diagnóstico da estação de tratamento de esgoto foi a implantação de um sistema de implantação por ar dissolvido.

Se você quiser aprender um pouco mais, acesse o nosso curso on line na plataforma do hotmart: noções gerais sobre tratamento de esgoto

ou entre na página do site e teremos o maior prazer em estar com você trocando conhecimentos. Forte abraço,

 

Alessandra Valadares

Outras formas de desidratação do lodo: contipress, bags e filtro prensa

E vamos continuar o assunto sobre a desidratação do lodo gerado nas Estações de Tratamento de Esgoto. Já vimos nos posts anteriores uma explicação sobre os leitos de secagem,parâmetros importantes de projeto. Já falamos sobre a importância de se operar muito bem a centrífuga de desidratação (é um equipamento bem eficiente!), fizemos posts, textos e vídeos sobre as centrífugas (canal youtube Alessandra Valadares) e agora vamos citar outros processos que podem ser usados na desidratação do lodo.

Contipress: este equipamento também desidrata o lodo após a adição de polímero catiônico. Em comparação com a centrífuga , consome menos energia uma vez que trabalha em baixa rotação.

Um parafuso interno pressiona o lodo contra uma camisa perfurada obtendo uma torta com 20% a 25% de sólidos totais. Inclusive, quando fizemos o start up e a operação assistida da Estação de Tratamento de Água Rio das Velhas , especificamente a UTR – Unidade de Tratamento de Resíduos (capacidade 6 m³/s) operamos este equipamento. Vocês poderão ver na foto a seguir.

É importante citar os BAGS cujo processo consome energia somente com as bombas de lodo e as bombas de polímero. São fabricados em tecido de alta resistência e,uma vez completados seu volume interno são desativados.

Já o Filtro Prensa de placas é um equipamento mecânico utilizado para a  desidratação de lodo digerido. A torta de lodo desidratado do filtro prensa tem um teor de sólidos de 35% a 40% quando bem operados de acordo com o Consultor Manuel Senra. Para a desidratação do lodo o mesmo deve ser previamente condicionado com polímero ou sais de ferro juntamente com o cal, normalmente utiliza-se mais o cloreto férrico. No nosso Livro Tratamento de Esgoto: Noções Fundamentais para Operadores de ETE tem descrição completa de todos os processos de desidratação do lodo mais utilizados na América Latina.