Lagoas Facultativas- Princípios de Operação Assistida

Lagoas Facultativas – Post 4/6

Para uma eficiente operação da estação de tratamento de esgoto por lagoas facultativas é necessário fazer inspeções diárias. O operador deste tipo de lagoas de estabilização deve percorrer todo o perímetro das lagoas, observar e anotar em boletins diários apropriados sobre os principais pontos de ocorrência. Inclusive podemos citar alguns que o escritório da ALE utiliza, por exemplo :

  1. Há levantamento de lodo em algum ponto?
  2. Nas lagoas facultativas existe manchas negras?
  3. Há infiltração visível?
  4. Há presença de moscas, insetos ou aves?
  5. Há óleo na superfície?
  6. A cor do esgoto está normal? etc

Para uma boa operação todos os pontos listados no boletim deverão ser acompanhados dia a dia pelo operador da ETE. São diversos itens para ocorrência diária que precisam ser acompanhados. No entanto, onde existe a disponibilidade de área, insolação suficiente, e a possibilidade de um bom treinamento para os operadores é uma alternativa de projeto que deve ser considerada por seu um dos sistemas mais simples de serem trabalhados para despoluição.

Autora: Alessandra Valadares

Supervisão:Manuel Senra

WWW.alehsaneamentoearquitetura.com.br

Lagoas Facultativas – Post 3/6

As lagoas de estabilização facultativas são reservatórios criados para reter esgotos, até que estes se tornem viáveis e adequados para serem lançados em um corpo receptor. A estabilidade é conseguida através da simbiose entre algas e bactérias durante as funções biológicas da respiração e da fotossíntese. Para a respiração, é necessário oxigênio, que é fornecido pelas algas, e para a fotossíntese é essencial o gás carbônico que é fornecido pelas bactérias. Estabelece-se pois no interior de uma lagoa, um círculo vicioso, em que as algas sintetizam matéria orgânica (seres autótrofos) libertando oxigênio para seu processo respiratório, liberando como sub produto gás carbônico, necessário à fotossíntese.

Quando bem projetadas as lagoas facultativas conseguem obter uma eficiência de 85% em termos de remoção de DBO.

Autora: Alessandra Valadares

Supervisão: Manuel Senra

Lagoa Facultativa – Cristalina Goiás

Lagoas Anaeróbias – Problemas de Operação

Post 2/6

Lagoas Anaeróbias e Problemas de Operação

 

Como qualquer outro processo de tratamento de esgoto, as lagoas anaeróbias estão sujeitas a determinados problemas operacionais, entre os quais maus odores, moscas e insetos e vegetais. Os maus odores aparecem nas lagoas principalmente devido à sobrecarga de esgotos, presença de substâncias tóxicas entre outros.

Para cada problema que ocorre dentro da ETE, temos algumas atitudes a realizar, uma delas que citarei aqui é a seguinte:

Caso existe uma lagoa facultativa e uma lagoa de maturação após a lagoa anaeróbia, uma medida prática para reduzir os maus odores é recircular o líquido da lagoa de maturação para a entrada do esgoto na lagoa anaeróbia, na seguinte proporção média: vazão de recirculação da lagoa facultativa igual a 1/3 da vazão afluente à lagoa anaeróbia.

Além disso, deve-se ficar atento ao crescimentos de vegetais aquáticos (aqueles que aparecem nos taludes internos das lagoas anaeróbias) e os vegetais terrestres (aqueles que se desenvolvem no talude externo, distantes de contato com a água). A remoção é diferenciada para cada um deles e é fundamental para eficiência da Estação e também segurança do operador da ETE. Os projetos modernos das lagoas anaeróbias hoje utilizam a geo membrana internamente protegendo o lençol freático e evitando crescimento de vegetais.

A ALEh Saneamento e Arquitetura realiza muitas operações em ETEs de tratamento aeróbio e anaeróbio. Para cada situação, fazemos uma manobra operacional com a finalidade de atingir a eficiência ótima do sistema. Neste post falamos sobre a alternativa de melhorar a operação lagoas anaeróbias. Na próxima semana, mais assunto de lagoas! Vamos para o 3º post!! Para a ALEh o importante é trabalhar bem para que a saúde chegue em todas as cidades, para todas as pessoas, preservando rios, lagos e mares e orientar os engenheiros responsáveis pelo tratamento de esgoto a realizar um bom projeto e aos operadores das ETEs uma excelente operação .

 

Autora:        Alessandra Valadares

Supervisão: Manuel Senra

www.alehsaneamentoearquitetura.com.br

 

Lagoa Anaeróbia- Tratamento de Esgoto

Da Série Lagoas

São muitos os processos de tratamento de esgoto que projetamos e operamos. Já falamos sobre UASB/RAFA, fizemos vídeos sobre Lodos Ativados e agora faremos um estudo com 6 posts sobre Lagoas . Todas elas!! Já que alguns países tem nos chamado para ensinar sobre lagoas de estabilização. Sim! Elas ainda são importantes. Quando o assunto é sanear, tratar os esgotos, devemos avaliar o que a cidade é capaz de fazer, e despoluir!

Vamos lá: a começar como o esgoto é tratado em uma Lagoa Anaeróbia

As lagoas são muito usadas em áreas onde tem insolação favorável, um terreno de grandes dimensões e muito importante: onde a operação da estação de tratamento de esgoto necessite de condições mais simples e econômicas para despoluir.

As Lagoas Anaeróbias são Lagoas escavadas no terreno e dimensionadas para reter os esgotos por um período de 3 a 5 dias, possuindo altura da lâmina d’água em torno de 3,0 a 4,5 metros.

As Lagoas anaeróbias, quando comparadas a uma Estação de Tratamento Convencional, substituem as seguintes unidades:

Decantadores Primários; Adensadores de Lodo; Digestores Anaeróbios; Sistema de Queima de Gás; Bombas , motores e equipamentos envolvidos no tratamento primário dos esgotos.

Quando os esgotos penetram em uma lagoa anaeróbia, e aí tem um tempo de permanência de 3 a 5 dias, acontece  seguinte:

  • O material sólido, como a areia e o cascalho e lodo, se sedimentam e permanecem no fundo da lagoa;
  • O material flutuante- óleos, gorduras, rolhas, sacos plásticos, etc permanecem na superfície líquida, formando uma crosta sobre a lagoa.
  • Dispositivos especialmente construídos impedem que esse material flutuante saia no efluente da lagoa;

Os lodos que se sedimentam no fundo das lagoas anaeróbias vão passando por um processo de digestão anaeróbia e assim vão perdendo água, se mineralizando, e sendo também parte desse lodo transformado em gás. De acordo com o Engº Manuel Senra devido a essa redução de volume por digestão e adensamento é errado pensar que uma lagoa anaeróbia estará cheia de lodo em pouco tempo de operação. A redução da carga orgânica dos esgotos por uma lagoa anaeróbia ocorre devido à presença de bactérias anaeróbias, através de seus processos metabólicos nas fases de respiração, alimentação e crescimento, transformam parte da matéria orgânica existente em matéria não mineral. É isso ai! No próximo post , continuamos o nosso estudo.

Autora: Alessandra Valadares

Arqª/Msc. Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos

Especializada em Diagnóstico Operacional de ETEs.